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Budismo

  • Foto do escritor: Patrick Leitão
    Patrick Leitão
  • 21 de ago.
  • 2 min de leitura
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   "O budismo partiu da vivência do sofrimento. O sofrimento é congênito à natureza humana. O homem é um ser que nasceu para morrer. Tudo o que lhe diz respeito está sob o sinal de uma impermanência fatal e dolorosa. Mas há uma saída, uma saída para esse destino, uma maneira de acabar com o sofrimento. Esta saída nos é oferecida pelo Budismo com suas doutrinas salvíficas, fundadas na disciplina moral e no conhecimento da verdadeira natureza das coisas.


    O valor concedido ao conhecimento é característico do Budismo desde as suas origens mais distantes. Buda, quando chega à Iluminação, naquela noite memorável, em Bodh Gay ā, ao pé da árvore Bodhi, adquire plena consciência da causalidade universal: "tudo tem uma causa". E, por isso mesmo, tudo é relativo e contingente. A consciência da relatividade universal cria no Budismo uma atitude de tolerância, alheia a todo o dogmatismo exclusivo e arrogante: “você nunca poderá ver ao mesmo tempo todas as facetas de uma coisa”. A consciência da causalidade universal inculca no budista o sentimento vívido da interdependência de todos os seres e coisas, a interdependência de todos os fenômenos. Nada existe isolado em si, como uma ilha solitária no meio do oceano da existência. Todo ser está relacionado, ligado, ligado a outros seres, a outras coisas, a outros atos do passado, do presente, do futuro. Surge assim a necessidade de cultivar num sentimento de solidariedade para com todos e para com tudo, sobre o qual se pode construir um sistema de relações individuais e sociais libertadas da incompreensão e da agressividade.


    O grau supremo desta solidariedade universal é a doutrina de que a condição de Buda, a Budidade, está ao alcance de todos os seres: "todos serão Budas". Sh ākyamuni, o Buda fundador do budismo histórico, encontrou o caminho que leva à Budidade e, por compaixão para com todos os seres, por um sentimento de solidariedade para com todos eles, ensinou-lhes esse caminho, a não guardar para si só a conquista suprema que alcançaria com longa e dolorosa esforço, e para que todos pudessem alcançar a meta para que ele mesmo chegasse. E todos os seres poderão alcançar a Budidade, poderão tornar-se Budas, porque em todos eles existe, embora transitoriamente oculta, a gloriosa essência de Buda. A Budidade, a forma mais alta de ser, afinada na Iluminação, a forma mais alta de consciência, do conhecimento, da inteligência, não é património exclusivo de ninguém, é património de todos os seres, assim igualados no seu verdadeiro ser e no seu destino definitivo."


Fernando Tola e Carmen Dragonetti, Revista de Estudos Budistas, n0 1, abril de 1991


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