Adão e Eva
- Patrick Leitão
- 31 de jul.
- 3 min de leitura
Filosofia do Oculto

No Egito, Set era também chamado Tifon, o dragão morto por Hórus. Serpente e Dragão são ambos identificados como símbolos da sabedoria. De fato, jamais Jesus teria dito a seus discípulos para serem sábios como uma serpente se esta última tivesse sido um demônio tentador.
Vamos pensar o que ocorreu, no decorrer dos tempos, a arca de Noé, nosso primeiro Templo Humano, é preciso reconhecer que a primeira natureza humana é Adam Kadmon ou seja, um ser divido e andrógino.
Em assírio, ad é pai", e em aramaico, ad é "um" e Adad "o único", enquanto em assírio, AK quer dizer "criador". Desse modo, Ad-am-ak-ad-mon torna-se Admam-Kadmon, a Cabala (Zohar), significa "Único (filho) do divino Pai ou do Criador", pois as palavras am e om queriam dizer simultaneamente, em quase todas as línguas, o divino ou "divindade.
Adão é a primeira estrutura de todos os futuros templos humanos. Além do mais, é a partir desse conceito adâmico que incorpora em si o homem divino e o homem terrestre, que se desenrolará todo processo da Gênese Humana, e não podemos abordar Noé sem passar por Adão. Adão Kadmon é, pressentimos, a Humanidade Andrógina e Divina diretamente emanada de Deus; é o Ser Espiritual Celestial do primeiro capítulo do Gênese, aquele feito à imagem de Deus sob forma de uma mônada ou de uma Centelha do Puro Espírito. Durante este período paradisíaco, a humanidade não conhece nenhuma oposição porque nem o mal nem o bem se manifestam. Satã não existe, só Deus é, e o mal não está incluído no pensamento do Criador.
A divindade que aparece nos quatro primeiros capítulos do Gênese não é, todavia, Deus nem Jeová. São três classes bem distintas de Eloins-Criadores, que a Cabala chama de Sephiroth. São poderosas Hierarquias Angélicas emanadas da Vontade de Deus e que serão os construtores do Universo Visível e dos Invólucros de Matéria que pouco a pouco aprisionarão o Homem Celeste, para dele fazer um Homem terrestre.
Jeová só aparece no final do quarto capítulo, onde é chamado de Caim, e no último versículo, em que a humanidade se torna dual, separada em Macho e Fêmea (jah: "macho", e hovak: "fêmea"). Foi dessa primeira dualidade que surgiram o mal e o sofrimento. Assim nasceu o mito de satã, palavra que, em hebreu, significa "adversário", do verbo shatana, "ser contrário". Na tradição secreta, Satã é Set, Seth, Tat e Thot, e Seth seria um disfarce judeu de Hermes, deus do conhecimento (do Bem e do Mal) personificado pela serpente.
No Egito, Set era também chamado Tifon, o dragão morto por Hórus. Serpente e Dragão são ambos identificados como símbolos da sabedoria. De fato, jamais Jesus teria dito a seus discípulos para serem sábios como uma serpente se esta última tivesse sido um demônio tentador. A própria tradição secreta nos revela que a serpente é um anjo que promete àquele que comer o fruto do conhecimento que não morrerá, o que é verdadeiro, porque a verdadeira natureza do homem original é divina e imortal.
O fruto do conhecimento, representado pela maçã, é o véu da ignorância rasgado e que deixa entrar a luz da percepção "consciente" na humanidade decaída porque inconsciente da divindade que carrega em si. E, pois, graças aos construtores de nossos sombrios invólucros terrestres, que se opõem à luz de nossa natureza divina, que nascerão a consciência, a sabedoria e a inteligência.
Satã, no que se opõe (a serpente), pode pois anunciar a Adão e Eva que o fruto do conhecimento não os impedirá de se tornarem um deles, um Eloim, um dragão da sabedoria, em uma palavra, um perfeito iniciado imortal. É preciso lembrar que Seth, progenitor das primeiras raças de homem, era adorado, como todo Eloim, até que a verdadeira significação não fosse alterada. Longe de ser amaldiçoado como Satã dos católicos, Seth foi altamente adorado, como prova o autor árabe, Soyuti:
O autor árabe Soyuti diz que os mais recuados anais mencionam Seth, ou Set, como fundador do sabeísmo, e que as pirâmides que personificam o sistema planetário eram consideradas o lugar da sepultura de Seth e de Idrus (Hermes ou Enoque); que os sabeus para ali se dirigiram em peregrinação e cantavam orações sete vezes por dia, voltados para o Norte. Doutrina Secreta - Helena Petrovna Blavatsky
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