A Cremação Precisa Respeitar o Tempo da Alma
- Patrick Leitão
- 7 de jul.
- 2 min de leitura

Em 2021, Renato faleceu repentinamente aos 48 anos, vítima de um infarto fulminante. Era um homem ativo, amoroso, mas ainda muito ligado à vida material. Por decisão da família e por desejo expresso em vida, seu corpo foi cremado menos de 24 horas após o óbito.
Meses depois, sua esposa, inconsolável, procurou um centro espírita em busca de paz. Durante uma reunião mediúnica, recebeu uma comunicação que a deixou em lágrimas. Renato, ainda perturbado, relatava que, no momento da cremação, sentia-se preso ao corpo, sem compreender o que acontecia. A ligação fluídica ainda não havia se rompido, e a dor do desprendimento físico foi intensificada pela rapidez do processo.
O espiritismo ensina que, após a morte, o espírito nem sempre se desliga imediatamente do corpo. Tudo depende de seu grau de evolução, do tipo de morte e do apego à matéria. A cremação, embora seja uma escolha legítima, precisa respeitar esse tempo. Emmanuel recomenda, com sabedoria, um intervalo mínimo de 72 horas, para que o desligamento espiritual ocorra com serenidade.
A ciência, por sua vez, estabelece prazos legais e critérios rigorosos para o diagnóstico da morte encefálica. E reconhece a cremação como um método limpo e sustentável. Mas o que a ciência não vê é o que permanece além do corpo.
No plano emocional, cada família vive o luto à sua maneira. A escolha entre enterrar ou cremar deve sempre considerar não apenas os valores da família, mas, acima de tudo, o desejo do ente querido desencarnado. É um último gesto de amor e respeito.
Hoje, a esposa de Renato leva sua história como alerta. Ele foi amparado, acolhido por mentores espirituais, e segue em tratamento no plano maior. Mas o sofrimento vivenciado poderia ter sido evitado. Que a pressa nunca nos roube a compaixão. E que saibamos que, mesmo depois da morte, a caridade continua sendo o caminho mais seguro para a paz.
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