Babilônia - Parte 1
- Patrick Leitão
- 8 de jan.
- 7 min de leitura
Atualizado: 9 de jan.

Nos exércitos de Constantino, a cruz não poderia ofender os fieis de Mitra (os pagãos), porque, por um longo tempo lutaram sob a bandeira mitraica da cruz de luz.
Como os povos saíam da Babilônia, levavam consigo a sua idolatria babilônica e seus símbolos misteriosos. Assim, ainda hoje encontramos evidências desta religião da Babilônia, ou de uma ou de outra forma, nas religiões da Terra! Além da prova escrita de que a Babilônia foi a mãe, o berço das religiões pagãs, também temos o testemunho de conhecidos historiadores; por exemplo, Herodoto, o viajante do mundo e historiador da antiguidade. Ele testemunhou a religião de mistérios e seus ritos em numerosos países e menciona como a Babilônia foi o ninho original do qual provém todo o sistema de idolatria.
Outro historiador, Bunsen, diz que o sistema religioso do Egito foi derivado da Ásia e do Império primitivo de Babel. Em seu conhecido trabalho Nínive e suas ruínas, Layard declara que temos o testemunho unido de história profana e sagrada, que a idolatria originou na região da Babilônia, o mais antigo dos sistemas religiosos. Quando Roma se converteu em um império mundial, é conhecido que ela assimilou dentro do seu sistema os deuses e religiões de todos os países pagãos sobre os quais reinava.
O cristianismo se encontrou frente a frente com o paganismo da Babilônia estabelecido por diversas formas no Império Romano. Aqueles cristãos recusaram ter algo a ver com esses costumes e crenças. Como consequência, sofreram muitas perseguições. Muitos cristãos foram acusados falsamente, lançados aos leões, queimados em estacas e torturados de muitas outras formas. Mas depois começaram grandes mudanças. O imperador de Roma professou ter se convertido cristão. Foram dadas ordens imperiais por toda Roma para cessar a perseguição. Grandes homenagens foram prestadas aos bispos. A Igreja começou a receber aceitação e poder. Mas teria que pagar um alto preço por tudo isso!
Foram feitas muitas concessões ao paganismo. Em vez de se separar a Igreja do mundo, tornou-se uma parte dele. O imperador, mostrando favoritismo, exigiu um destaque na igreja, uma vez que no paganismo os imperadores eram considerados como deuses. Daí em diante começaram a surgir misturas de paganismo com cristianismo, como sabem todos os historiadores. Tão alarmante quanto parece, o mesmo paganismo que se originou na Babilônia e já tinha se espalhado pelas nações, foi simplesmente misturado com o cristianismo, especialmente em Roma. Esta mistura produziu o que hoje é conhecido como a Igreja Católica Romana.
Um dos exemplos mais marcantes de como o paganismo babilônico tem continuado até nossos dias, pode ser visto na maneira em que a Igreja Romana inventou o culto à Maria para substituir o antigo culto à deusa-mãe da Babilônia.
Depois da morte de Nimrod, Semíramis deu a luz a um filho e que afirmou ter sido concebido sobrenaturalmente. Proclamou que este era um deus-filho; que era Nimrod, seu líder, que havia renascido e que tanto ela como seu filho eram divinos.
Esta história foi amplamente conhecida na antiga Babilônia e se desenvolveu em um culto bem estabelecido, o culto da mãe e o filho. Numerosos monumentos mostram a deusa-mãe Semíramis com seu filho Tammuz em seus braços. Agora, quando o povo da Babilônia foi espalhado em várias áreas da Terra, lavaram consigo o culto a divina mãe e ao deus-filho. Isso explica porque todas as nações no passado adoravam a divina mãe e a seu filho de uma forma ou de outra, mesmo séculos antes do verdadeiro Salvador nascer neste mundo. Nos diversos países onde se espalhou este culto, mãe e filho, foram chamados de diferentes nomes devido a divisão das línguas em Babel, mas a história seguia sendo a mesma.
Entre os chineses, era chamada a deusa-mãe Shingmoo ou Santa Mãe, e é representada com uma criança em seus braços e raios de glória em torno da sua cabeça.
Os alemães adoravam a virgem Hertha com uma criança nos braços. Os escandinavos a chamam Disa e também a representam com a criança nos braços. Os etrucos a chamavam Nutria; na Índia, a Indrani, que também era representada com uma criança nos braços, e também, entre os druidas, adoravam a Virgem como a Mãe de Deus. Por algum tempo, Isi, a grande deusa e seu filho Iswara, foram venerados na Índia, onde erigiram grandes templos para seu culto. Na Ásia era conhecida como CibeleIe, e seu filho como Deois. Em Éfeso, a grande mãe era conhecida como Diana; o templo dedicado a ela nessa cidade era uma das Sete Maravilhas do Mundo, o Templo de Ártemis. E não só em Éfeso, mas em toda a Ásia e no mundo a divina mãe era venerada. No Egito, a divina mãe era conhecida como Isis e seu filho como Hórus. Nada é mais comum nos monumentos religiosos do Egito, do que Hórus criança sentado no colo da mãe.
Este culto se propagou da Babilônia para várias nações, com diferentes nomes e formas; finalmente, foi fundada em Roma e através do Império Romano. O paganismo ficou muito misturado no meio do cristianismo. Os pagãos foram aceitos na Igreja e em muitos casos se permitia continuar muitos de seus ritos e costumes sem restrição alguma; por vezes faziam algumas alterações a fim de que essas crenças pagãs se tornassem similares à doutrina cristã. Então os líderes da Igreja buscaram uma semelhança no cristianismo com o culto dos pagãos para poder atraí-los a ela. Lentamente, o culto e doutrinas que tinham sido associados com a mãe pagã, vieram a ser aplicados à Maria. Assim, o culto pagão continuou se dispersando dentro da Igreja professante.
Maria é frequentemente chamada de a Madonna. Essa expressão é a tradução de um dos títulos pelos quais a deusa babilônica Semíramis era conhecida e Nimrod veio a ser conhecido como Baal. O título da sua esposa, a divindade feminina, seria o equivalente a Baalti, que quer dizer “minha senhora”; em latim “meã domina”, e em italiano, de uma maneira bem conhecida é “madonna”.
Além das orações e devoções oferecidas a Maria, os católicos romanos também ofereciam honras e orações a vários santos. Na Babilônia, desde épocas passadas, as pessoas oravam e veneravam muitos deuses, de maneira que o sistema babilônico se desenvolveu até chegar a quase cinco mil deuses e deusas. Cada dia e cada mês eram protegidos por uma divindade particular. Alguns desses deuses e deusas foram associados com as estações do ano, outros com certos eventos da vida e alguns outros com várias ocupações de trabalho. Desde a Babilônia foi disseminado para as nações o culto dos deuses. Quando Roma conquistou o mundo, esse sistema de deuses e deusas foi infiltrado da mesma forma na religião de Roma.
A Igreja de Roma, em razão da sua mistura com o mundo, veio a obter grande poder e riqueza sob o reinado de Constantino. Este homem teve muito a ver com o estabelecimento de certas doutrinas e costumes dentro da Igreja como organização. Os historiadores admitem que a conversão de Constantino foi de conveniência. A mais clara indicação de que sua conversão não foi genuína, pode ser vista no fato de que depois da suposta conversão ao cristianismo, cometeu vários assassinatos, inclusive o de sua esposa e filho.
O primeiro matrimônio de Constantino foi com Minervina, que gerou um filho chamado Crispus. Sua segunda esposa se chamou Fausta, que lhe deu três filhas e três filhos. Crispus, seu primeiro filho, tornou-se um grande guerreiro e ajudante de seu pai nas batalhas. Mas no ano 326, pouco depois de dirigir o Concílio de Niceia, Constantino matou seu filho. Conta a história, que Crispus se apaixonou por Fausta, mulher do seu pai. Pelo menos foi o que a mulher declarou, mas pode ter sido um truque para tirar Crispus e dar acesso ao trono aos filhos do segundo matrimônio. Mas Helena, mãe de Constantino, o convenceu de que foi Fausta quem se entregou a Crispus, e o imperador ordenou que executassem também a sua segunda esposa.
Mas estes não foram os únicos homicídios que cometeu o imperador. Quase ao mesmo tempo que decretava a morte do seu filho, Constantino mandou matar Licinianus, seu sobrinho, e Liciniano, o marido da sua irmã, apesar de ter prometido a esta que lhe perdoaria a vida. Mesmo após a suposta conversão de Constantino, ele continuou a ter o título de máximo pontífice do estado religioso pagão. Como pontífice, teria que dirigir as cerimônias do culto tradicional. Da mesma forma, quando dedicou Constantinopla, usou ritos pagãos e cristãos. Um exemplo de como Constantino tratou de misturar o paganismo e o cristianismo, pode ser visto nas moedas que foram feitas durante o seu período. Nelas colocou uma cruz (para agradar os cristãos professos) enquanto que no verso colocou representações de Marte e Apolo. De um lado professava ser cristão e pelo outro continuava crendo nas fórmulas mágicas pagãs para proteção e cura de enfermidades.
Constantino fez muitos favores para a cristandade: aboliu a morte por crucificação, demonstrou interesse e ajudou o clero da Igreja Romana, terminou com as cruéis perseguições dos cristãos. Então, se na verdade ele não foi cristão, por que fez estas coisas? A resposta encontramos na história:
As perseguições não puderam eliminar a fé cristã. Constantino sabia disso. Ao ver que a sua posição estava sendo posta em perigo, devido a um imperador rival e por sua extrema necessidade de receber ajuda de todos os grupos existentes, voltou-se para os cristãos. Como o Império estava “dividido” constantemente – os pagãos opondo-se aos cristãos -, por que não planejar tomar as medidas para misturar o paganismo e o cristianismo e de uma vez unir o poder do Império? Foi o que pensou Constantino. Para a época, a maioria dos líderes eclesiásticos pensava em termos de números e popularidade, e assim estavam bem dispostos a conceder acesso ao paganismo. Foi o que aconteceu em Roma.
Ao adotar a cruz como o símbolo do seu exército, Constantino pensou que poderia promover a unidade das suas tropas. Os cristãos acreditavam que estavam lutando pela cruz de Cristo; os pagãos não podiam fazer reclamações porque a cruz também era um dos seus símbolos sagrados. O conhecido historiador Durant disse: “Nos exércitos de Constantino, a cruz não poderia ofender os fieis de Mitra (os pagãos), porque, por um longo tempo lutaram sob a bandeira mitraica da cruz de luz”. E assim os chamados cristãos e mitraístas pagãos do exército de Constantino foram unidos e lutaram com êxito nas batalhas.
Sacerdotisa Fabiana Dutra
OISA – TUOM – Casa de OGY - Cotia




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