top of page

A Influência Anímica na Abertura dos trabalhos Mediúnicos

  • Foto do escritor: Patrick Leitão
    Patrick Leitão
  • 1 de fev.
  • 2 min de leitura
Homenagem em rio: homem em ritual espiritual na natureza, acendendo velas e oferendas em cachoeira. Conexão com forças ancestrais.

Pergunta: Que dizeis dos médiuns que sempre iniciam os seus trabalhos mediúnicos usando fórmulas ou palavreados particulares, espécies de prefixos sem qualquer sentido doutrinário e vazios, tais como estas frases: “fiquem convosco as benções das infinitas alturas”, “baixem as luzes dos pés de Deus sobre vós”, “que a bandeira branca coroe vossas cabeças” ou “o manto da humildade se desfolhe sobre vossos ombros”? Trata-se de convenções particulares dos espíritos comunicantes ou apenas de fruto do animismo dos médiuns?


    Ramatis: Isso é mais comum entre os candidatos a médiuns, em desenvolvimentos mediúnicos, ou próprios daqueles que se cristalizaram num mediunismo improdutivo. Certos vícios anímicos propagam-se por vários médiuns, que na fase do seu desenvolvimento os copiaram do médium principal da instituição espírita onde iniciaram seus primeiros passos para o despertamento de sua faculdade mediúnica. Trata-se, neste caso, de um animismo coletivo, próprio de determinado trabalhos espíritas doutrinários ou mediúnicos ainda incipientes.


    Quando os candidatos a médiuns têm a sorte de se colocar sob a direção de outros médiuns estudiosos, sensatos e avessos às fórmulas, aos símbolos, às chaves ou ao fraseado pomposo, eles também desenvolvem sua faculdade sem as excrescências anímicas que tanto obscurecem ou ridicularizam a prática mediúnica. Há médiuns que, devido ao estudo incessante das obras espíritas e indagações esclarecedoras, progridem tão rapidamente no primeiro ano do seu exercício mediúnico, que ultrapassam em conhecimento e experiência aquilo que os seus companheiros comodistas, preguiçosos, displicentes ou setoristas não conseguem em vinte anos de trabalho. Estes últimos vivem repetindo as comunicações falsas tantas vezes repisadas, usando velhos chavões.


    Pensando que o desenvolvimento mediúnico se resume na exclusiva operação de “receber” espíritos desencarnados, eles se habituam à mesma chapa mediúnica usada há vários anos, enquanto se cristalizam num animismo improdutivo, que impede os guias de expor qualquer assunto novo aos encarnados, pela impossibilidade de atravessarem o paredão granítico de um condicionamento tão pobre de recursos intelectivos e de conhecimento espiritual.


    Daí o caso desses longos fraseados sem sentido lógico, que os médiuns repetem de modo lacrimoso ou sob afetada eloquência quando abrem os trabalhos espíritas. Tal como acontece nos demais setores da vida humana, os “calouros” sempre imitam os veteranos, coisa que também é justificável no ambiente espiritual. Os candidatos a médium e os neófitos do ambiente espiritual raramente conhecem as obras espirituais. Muitos autores seriam necessários lerem para o esclarecimento, de modo a se extirparem os ridículos, as trivialidades e as manifestações mediúnicas que contariam o bom senso.


   Em consequência, aos displicentes só lhes restam seguir ao pé da letra tudo aquilo que observam no médium desenvolvido e instrumento do guia diretor dos trabalhos do Centro espírita. Em face do “tabu” inexecutável, espécie de dogma espírita, de que tudo aquilo que o guia diz ou ensina deve ser observado religiosamente, tal qual como os fiéis católicos seguem o padre, os médiuns novatos também aceitam cegamente e sem qualquer pesquisa corajosa o que expõe o médium senhor dos trabalhos, que também pode ensinar tolices à guisa de conceitos de elevada filosofia espiritual.


    Em consequência, em breve surge os animismos habituais de abertura de trabalhos, das preleções pomposas, dos cacoetes mediúnicos e os tons de voz dramática e altissonante.


Ramatis


Comentários


Logotipo do Terreiro de Umbanda Ogum Megê, composto por um triângulo azul com uma cruz vermelha e luz verde irradiando.

Terreiro de Umbanda Ogum Megê /
Casa de Ogum Guerreiro e Yansã

bottom of page