A Fusão das Quatro Raízes Esotéricas: A Umbanda
- Patrick Leitão
- 11 de jan.
- 3 min de leitura

A Humanidade Inicial, exilada da mítica Terra de Pindorama, dispersa em continentes à deriva por milênios, perdeu sua unidade biológica e iniciática, modificando o seu tipo físico, sua cor, sua linguagem e sua cultura de acordo com o que permitia a difícil sobrevivência entre os imensos cataclismos cíclicos que a natureza lhe impunha.
Entretanto, cada uma das ramificações da humanidade que se formaram, subsequentes à primeira matriz humana, guardou, em seu seio ou suas religiões, fragmentos da Tradição Iniciática de Pindorama. Porém, como estiveram distantes entre si no tempo e no espaço físico, nunca mais haviam podido juntar os seus respectivos esoterismos para assim refazer a antiga tradição inicial. Diz, entretanto, a tradição Iniciática que há um tempo para tudo, há até um tempo para que os tempos se reencontrem.
Assim, no final da era de Peixes, de tão marcada por movimentos espirituais, o ciclo do tempo começou a se completar-se e os exilados de Pindorama a ela começaram a retornar, ainda que em outras reencarnações como arianos, negros e semitas.
Os Tupis-Guaranis, aqui viveram em integração harmônica com a natureza, foram os que melhor retiveram a ‘centelha espiritual’ da Tradição Inicial. Sobre eles, a partir do inicio do Século XVI, sucedeu-se a invasão dos arianos europeus que, entre si, traziam os legados esotéricos dos helenos, dos semitas e dos egípcios.
Os portugueses, com seu catolicismo das contrarreformas mas também com seus ‘Cristão Novos’, tiveram a visão transcendental de que haviam ‘descoberto’ a Terra de ‘Vera Cruz’ e estavam certos, mesmo sem o saberem, pois que, a cruz é um dos símbolos mais antigos do esoterismo Tupi–Guarani, e, assim, os descendentes dos arianos nada mais faziam do que retornar de seu longo exilio da Terra de Pindorama.
Foram, também, estes conquistadores e navegadores de antanho que abriram as rotas do trafico negreiro, dando inicio a uma verdadeira guerra racial que durou mais de quatrocentos anos, arrancando da África e trazendo ao Brasil os outros exilados de Pindorama, as centenas de milhares de descendentes dos Melanidas ou negros que aqui foram escravizados.
E, assim, o ciclo do tempo se completou: os exilados de Pindorama a ela retornaram e aqui, outra vez reunidos, as suas concepções religiosas do momento, entraram em violento desajuste por força da ambição humana que causava a tormenta histórica da escravatura.
No Brasil Colonial, com o massacre a da raça ameríndia e a escravidão da raça melanina, os descendentes dos indígenas e negros, em sua maior parte, conformaram-se com a sua triste sina e se curvaram sob o peso das algemas e do trabalho servil que lhes era imposto pela raça ariana.
Outros, porém, jamais se conformaram e, além de reagirem com a violência física gerada pelo ódio, pouco a pouco degeneraram suas antiquíssimas práticas religiosas, passando a invocar tudo o que pudesse existir de pior no Mundo das Sombras.
Foram ao combate com as últimas armas que lhes restavam: a magia negra de seus feiticeiros e o ‘axé’ de suas Divindades. Foi assim que o Orixá Ogum, de Divindade dos ferreiros e da agricultura, assumiu seu caráter guerreiro, e Exú, de mensageiro dos Orixás passou à vingador.
Foi tentando saciar os seus desejos de vingança que os oprimidos movimentaram quantas forças maléficas puderam, invocando as Entidades das Trevas que conheciam por Kiumba, aos quais deram condições de ação e forças desmedidas através de um cruel, irracional e violento sistema de oferendas rituais. Todas as vezes que os brancos reconheciam os autores de tais práticas, perseguiam e eliminavam-nos, alimentado desta forma a violência e a opressão que, mais a mais, aumentavam o desejo de vinganças e o ódio racial.
Crescia, assim, o desajuste racial, religioso e astral a que nos referíamos anteriormente. A continuação da opressão e da desmedida violência de ambas as partes não tinha nada contra a qual nada se opor nesta terra já brasileira, pois que a religião oficial da época, a Católica, não tinha condições de enfrentar, por estar conivente e até ser partidária da escravidão.
Foi um auxilio a essas três coletividades humanas que se achavam em conflitos, até no mundo astral, que a Misericórdia Divina, reunido as Quatro Raízes Esotéricas que as compunham, ordenou um Novo Conjunto de Leis Divinas em específico para as suas inter-relações dolorosas.
Este CONJUNTO DE LEIS DIVINAS (Umbanda), pouco a pouco, foi sendo revelado e aplicado por Espíritos de grande elevação e maior humildade, os Guias, os quais se apresentaram como iguais nos seios dessa coletividades, ou seja, como Caboclos em Pajelanças, Catimbós e Babaçuês. Como Pretos Velhos em Xangôs no nordeste, Tambor de Minas e Candomblés. Como Crianças, Médicos e Mestre Orientais em Reuniões Familiares, Mesas Brancas e Centros Espíritas, dizendo-lhes trazerem o CONJUNTO DAS LEIS DIVINAS: AUM-BHAN-DAN, que da mistura de linguagem daqueles meios resultou numa nova bandeira de Humildade, Simplicidade e Perdão, nesta "nova" Terra de Pindorama.
Diodoro,
Ivan H. da Costa,
Fabre D’oliver,
Platão,
Sólon,
Heródoto.
OISA – Casa de OG – Cotia – SP




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