top of page

A Cosmogonia - O Paradoxo do Nada

  • Foto do escritor: Patrick Leitão
    Patrick Leitão
  • 16 de fev.
  • 2 min de leitura

Ísis a Senhora dos Sete Véus

Diagrama da Tri-Unidade Manifestada, mostrando a interface entre Deus e os três mundos criados, baseado em conceitos cabalísticos e taoístas.

   É a cisão da Primeira Unidade (1), que ocorre neste primeiro Mundo Manifestado (arquetípico), que emanará os diversos Mundos Criados, o que se dará através de sucessivas dobras e desdobramentos, simbolicamente representados pelos sete dias da criação.


   Em primeiro lugar, o Ternário de pura potencialidade, transição entre o Vazio e o Cheio, Não-Manifestado e Manifestado, também emanará de si outro ternário, o das potências criadoras.


   Porém, o UM, único número até então existente, não pode torna-se dois através da multiplicação, da divisão por ele mesmo, nem por sua raiz, uma vez que o resultado dessas operações é sempre ele mesmo. (2) Além disso, a divisão por 0,5, número fracionado finito, é ilusória, pois imobilizaria a relação entre as partes resultantes. Portanto, o UM só pode tornar-se dois através de uma função mística: a raiz de dois, ø 1,4142..., valor irracional ou transcendente (3), que estabelece a relação entre o UM e o DOIS, e resume todas as relações de harmonia do mundo. (Quantitativamente, esse valor poderia corresponder à velocidade da LUZ.)


   O número fraccionado mais próximo dessa função metafisica ø é a fração 3/2 (1,5), que é o número utilizado na Tradição Chinesa para definir a relação entre o Yang, e o Yin.

   Toda função vital está ligada á ação separadora ²√, instrumento da definição do devir, pois simboliza a cisão da unidade – meio perfeitamente homogêneo, portanto não composto – em duas partes desiguais e opostas (5/5 e 3/5 e 2/5 - 3 Yang e 2 Yin), que criam a dinâmica do Universo.


  A cisão ou separação original comanda a gênese de dois termos desiguais e complementares um ao outro, que na sequência, através da primeira dobra ou primeiro Véu da Existência Positiva, emanarão de SI UMA nova dualidade: um torna-se LUZ manifestada, outro não LUZ, Luz encerrada, ou ainda em Calor (figura abaixo) (4).


   Pois o ato criador é suscitado pela dualidade Trevas-Luz, equivalente à descrita no primeiro versículo do Livro do Genesis: “No inicio Deus criou o céu e a terra, a terra era vazia e deserta, as trevas estavam sobre os oceanos, e o espírito de Deus movia-se acima das águas” (Genesis 1:1)


1 – Do Grande UM, Tao/Kether, em Yang/Iin ou Hokhoh/Binah, isto é, em ativo e passivo, masculino e feminino, essência e substância.


2 – Nem pode somar-se a si mesmo, posto que ele é o centro do TODO não manifestado (circunferência ilimitada: Ain Sof) e contém em potência o TODO manifestado (circunferência limitada: Cosmo).


3 – Um número é chamado irracional ou transcendente quando não pode ser definido em número inteiro, nem em número racionais, em frações.


4 – Isto é, a cisão original Yang/Yin ou Ativo e Passivo se aprofundará e gerará a polaridade Luz/Trevas ou Luz manifestada/Luz encerrada (Calor), equivalentes aos termos Hesed/Geburah (Misericórdia e Severidade) da Tradição Judaica e ao primeiro Mundo Criado (Briah).


Patrick Paul, Agrippa e Eliphas Levi

Realização - Pai Carlos


Comments


Logotipo do Terreiro de Umbanda Ogum Megê, composto por um triângulo azul com uma cruz vermelha e luz verde irradiando.

Terreiro de Umbanda Ogum Megê /
Casa de Ogum Guerreiro e Yansã

bottom of page