Perguntas Frequentes em Consultas na Umbanda
- Patrick Leitão
- 7 de jul.
- 4 min de leitura
Oh! Senhora da Luz Velada Olhai Por Nós! Mistérios da Alma
Perguntas Frequentes sobre o Ingresso na Umbanda

Existem em nossos atendimentos (consultas) algumas perguntas e questionamentos que são tão abordados por tantos consulentes que merecem destaque e explicação pública.
São dúvidas que, julgo eu, se não forem bem esclarecidas ao consulente, podem até definir seu ingresso na religião ou não, pois são de suma importância para quebrar alguns tabus e receios que ainda tenha. Vamos citar as 4 mais frequentes:
1) Eu fui convidado em outro lugar que fui, sob a alegação que a minha vida só vai melhorar (destrancar) a partir do momento que eu vestir a roupa da Umbanda e utilizar as mãos em caridade. Daí estou pensando em me iniciar, mas quero saber dos riscos/consequências e se tem volta?
Vejamos: a Umbanda é uma religião como outra qualquer, na qual seus membros têm todo o direito e autonomia de saírem, se assim desejarem.
A única diferença é que não há como ser um umbandista não-praticante, porque a Umbanda é prática voltada à caridade. Esta, então, exige uma responsabilidade maior, um comprometimento maior, uma dedicação maior do que algumas outras denominações.
Se você pensa em passar a frequentar ou se desenvolver para que suas dificuldades ou problemas se resolvam, me desculpem — muitas casas e zeladorias não têm coragem de dizer isso aos futuros frequentadores, até por receio de afugentá-los —, mas estarão contraindo mais problemas se começarem sua jornada com este intuito.
A vida de uma pessoa não vai melhorar só porque esta adentrou ao culto e vestiu o branco. A vida dessa pessoa melhorará a partir do momento em que ela se permitir e fizer por merecer.
O único risco existente é o de gostar tanto a ponto de criar um fanatismo, risco este que existe em qualquer religião.
As consequências, como eu citei, são as de comprometimento e responsabilidade maior, o que não é obrigatório, mas altamente recomendável a um filho de Umbanda, de qualquer hierarquia.
2) No caso de eu estar no culto, sou obrigado a incorporar por completo a entidade ou a entidade pode dar orientações canalizando, ou seja, sem "sair do ar"?
Partimos do seguinte: a Umbanda não obriga ninguém a fazer nada.
A incorporação é um canal entre dois paralelos: o médium e a entidade. Por isso, em nossa casa, somos denominados “conjuntos”, e se um dos lados for de consentimento contrário à incorporação, ela simplesmente não ocorrerá.
Quanto a esta ser consciente ou não, vai depender do tipo de mediunidade da pessoa. Hoje em dia, segundo relatos, é mais difícil encontrar médiuns inconscientes, sendo sua maioria consciente (ou semi, como alguns preferem dizer).
Entendo que, quando uma entidade perceber que seu médium não interfere, adultera ou modifica suas ações enquanto manifestada, jamais esta entidade terá a necessidade de subtrair a psique de seu corpo hospedeiro e somente o fará caso haja manipulações mentais ou auto-sugestionamento.
O importante é querer e não fazer nada por obrigação ou visando lucros futuros. Não utilizar a religião como um investimento, até porque trata-se de uma entidade filantrópica voltada única e exclusivamente à caridade. Então o iniciando deve ter consciência de que ele está ali para entregar-se ao próximo, sem perspectivas de lucros carnais decorrentes de tal ação, sem nenhum tipo de “segundas intenções”.
No caso de "dar orientações apenas canalizando", método kardecista, é um tipo de "instrumento" mediúnico utilizado apenas no Espiritismo — e não se trata de incorporação.
Na Umbanda há a mecânica da incorporação, processo no qual a entidade assume o controle do corpo para expressar-se ou transmitir uma mensagem. E às vezes o médium estará consciente de tal processo, às vezes não.
3) Existe o risco de uma entidade incorporar em mim em momentos inoportunos tipo quando eu estiver no trabalho ou com a namorada ou no trânsito dirigindo ou algo assim?
Vamos lá: ao falar de Umbanda deve-se seguir a premissa de tratar-se de um terreiro sério. E em um terreiro sério, com entidades sérias, isso simplesmente não deveria acontecer.
Todas as entidades, inclusive as de médiuns iniciantes que nunca incorporaram, têm noção do que podem ou não fazer, e das consequências sociais e espirituais de uma incorporação inoportuna.
O que pode, e às vezes ocorre, é algum outro espírito — que não a entidade — incorporar ou influenciar mediunicamente o iniciando(a) no seu dia a dia. Mas isso não ocorrerá se seguirmos as orientações de como coibir esta “invasão”.
Se o iniciando(a) for instruído e educado por entidades sérias, estas não permitirão a aproximação de espíritos com estes fins, e manterão o seu "portal" mediúnico absolutamente "selado" quando fora do terreiro. Mas isto dependerá também da conduta do médium segundo os parâmetros estabelecidos pelo terreiro, pelo guia-chefe e pela espiritualidade a serem seguidos, a fim de manter firme a mediunidade e espiritualidade que o acompanha em seu dia a dia.
Se o médium agir corretamente e acatar fielmente as instruções dadas, não terá nenhuma dificuldade em seu início de desenvolvimento.
4) Sou obrigado a cumprir esta tal “mediunidade”? E tem que ser aqui?
Cada casa tem uma política de transmitir seus recados a seus consulentes e frequentadores, e aqui particularmente temos por hábito não omitir nenhuma informação que possa ser desmascarada lá na frente.
Entendemos que um médium, ao se iniciar, tem que estar consciente de seu ato e entender que não está estabelecendo contato comigo, com meus guias e com irmãos e irmãs de santo, mas principalmente estará fomentando uma parceria com as entidades que o acompanham, às vezes há muito tempo, e que não gostariam de ver uma amizade se iniciar e terminar com a mesma facilidade.
Obrigado ninguém é, a nada. Porém, quando falamos em resgates cármicos, entendo que o livre-arbítrio torna-se fictício, pois deveríamos auxiliar nosso espírito em seus resgates, o que vem nos evoluir também em nosso corpo físico.
Jamais, jamais convidamos qualquer pessoa a frequentar nossa casa. Primeiro por entender que “ela” deverá fazer esta escolha e, caso ela sozinha não consiga, o astral e suas próprias entidades lhe darão pistas acerca do local que deva frequentar e se iniciar, seja por afinidade astral ou compatibilidade de falanges.
Saravá a Umbanda!
Saravá a Tenda Espírita Zurykan
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