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O Submundo

  • Foto do escritor: Patrick Leitão
    Patrick Leitão
  • há 7 minutos
  • 2 min de leitura
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    Dizem os antigos, que no mais profundo do abismo, além de onde vem a luz criada, existe uma câmara imóvel, um lugar que não pertence ao tempo nem ao espaço...

    É a Sala do Silêncio Eterno, onde a Morte e o Hades realizam as suas assembleias.

    Esta assembleia da morte e do Hades só acontece quando o destino dos homens e suas fazendas está prestes a mudar.

    Eles só se reúnem quando a humanidade atravessou um limite invisível...

quando as lágrimas dos vivos encharcaram a terra, ou quando o orgulho dos homens se levanta mais alto que as montanhas.

    Nesse instante, as portas do abismo abrem-se e os dois guardiões sentam-se frente a frente.

    A Morte, é o Senhor do Último suspiro, chega primeiro, não anda, avança como uma sombra líquida, sem pisar no chão.

    Sua presença desliga o som, faz o ar tremer e por onde passa, a vida encolhe como uma flor queimada.

    Não é um ser cruel, é um carrasco obediente, um mensageiro eterno, cuja voz é um sussurro frio, que todo ser humano ouvirá uma vez.

    Em suas mãos traz um livro fechado e nele os números dos quais você vai ligar durante sua próxima jornada.

    O Hades, é o Guardião das Profundidades, chega não como um demônio com o seu fogo, mas como um soberano silencioso, envolto em túnicas que parecem feitas de cinzas e memória.

    O Hades não tira a vida, ele recebe aqueles que já cruzaram o abismo da morte.

    É o guardião das almas, o administrador do ego dos vivos, o juiz que não julga, mas que sustenta o lugar onde cada alma espera seu evento final.

    Quando ele entra na assembleia, seus passos ecoam como sinos subaquáticos.

    Traz um ceptro fracturado, o sinal de que sua autoridade é emprestada e temporária, pois um dia, aquele que está sentado nesse trono, quebrará seu poder para sempre.

    Quando ambos se sentirem... o mundo treme.

    A assembleia começa sem palavras.

    A Morte abre o seu livro.

    O Hades inclina seu ceptro.

    E o Universo sustém a respiração.

    Nesta reunião, é onde o véu de Ísis, entre a vida e a morte, emagrece. Quando vidas e fazendas se aproximam do seu juízo final.

    É quando as gerações completam o seu tempo, e quando os grandes homens caem para que outros nasçam.

    Aqui se decide o destino de reis, profetas, impérios e cidades.

    Nenhum ser humano ouve essa reunião.

mas a criação inteira sente seus efeitos, é a tempestade perfeita que muda a história.

    É como os silêncios que pressagiam as tragédias, e as noites em que as sombras parecem reunir-se, como se soubessem algo que os humanos não sabem.

    Os textos antigos dizem que haverá uma última assembleia e nela a Morte apresentará o seu último livro vazio.

    O Hades entregará o seu ceptro... quebrado, e ambos serão levados diante daquele que tem “as chaves da Morte e de Hades”.

    Nesse dia, a assembleia será dissolvida, os dois guardiões serão despojados do seu domínio.

e a morte será derrotada para sempre.

    Até então, de vez em quando, o mundo e o homem cruzam este limiar invisível...

    A Assembleia da Morte e de Hades reencontram-se...

como sempre!!!

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