Médiuns que São Simples Veículos e Conscientes
- Patrick Leitão
- 16 de fev.
- 3 min de leitura
Mistérios da Alma

Então o que podemos dizer dos aparelhos que são tão somente simples veículos, geralmente forçados a essa função mediúnica? Não tem e não querem (a maioria, há de haver exceções) nenhum esclarecimento, mesmo porque, não estão ainda em condições de um alcance maior ou de um entendimento já acessível à leitura, à doutrinam, etc.
São esses que comumente "acontecem" nos terreiros baixa tônica espiritual e que são levados ou "pegados à força" pelos seus protetores ou espíritos afins... E assim sendo, quase todos são da mecânica de incorporação, fase dita assim como inconsciente, pelo menos nessa fase até que melhorem em seus evolutivos. Sim, porque há os que melhoram, e evoluem também... Feitas essas considerações, tratemos agora diretamente da decantada e espinhosa questão dos chamados "médiuns conscientes".
Cremos ter ficado bastante claro que o médium cujo dom o situou na mecânica de incorporação ou transe, na fase inconsciente ou semiconsciente, é porque, obrigatoriamente, tem que se sentir atingido, ou seja, dominado, semi-dominado, envolvido, frenado, etc, em três pontos capitais: nas partes psíquicas, sensoriais e motoras.
Se assim não fora, é porque não é médium de incorporar espíritos; não tem o dom mediúnico na mecânica de incorporação ou transe. Pois bem: então, como admitimos ser ele consciente, isto é, vendo tudo, sabendo tudo, tão lucidamente, ao ponto de dizer o que quer e até "torce" de modo próprio e reconhece que está "incorporado" ou que uma entidade está incorporada nele?
Sim, porque encosto já entra noutro aspecto: é coisa que fere, que contunde, que atua, que transtorna, que irrita seu corpo astral, mas não é contato mediúnico, não é dom, é sim uma atuação negativa. É ou não um paradoxo, um absurdo? Pois se diz – e está provado – que é denominando assim como "médium consciente", porque fica tão lúcido, tão senhor de todos os seus de si e de todos e dos outros também...
Pois se não são nem vibrados, nem ao menos sentem os conhecimentos dos verdadeiros médiuns de incorporação, identificam até quando é do "caboclo, preto velho ou criança", etc. Pelas ditas zonas neuro-sensoriais do corpo físico, que as entidades logo influenciam quando tomam contato ou fazem ‘ponto’, ao preceder da incorporação propriamente dita.
Pois o que acontece e está acontecendo, confundindo, causando dúvidas crucias, são três fatores que ninguém quer levar em consideração: a vaidade, o animismo e a mediunidade de irradiação intuitiva – a mais comum de acontecer numa corrente de Umbanda.
No primeiro fator a criatura quer ser médium de incorporação de qualquer jeito. Tem essa vaidade; quer o "seu caboclo ou seu preto velho" também, porque os outros os têm. Então "forja" as ditas incorporações e se apresenta mascarado com um ou com outro.
O segundo fator, temos o tão discutido animismo, que é uma própria exaltação do espírito da criatura, sugestionado, devido a seus ardentes desejos, a seu misticismo, alimentados pelas ondas vibratórias (de pensamentos) do ambiente e acaba apresentando-se também "como caboclo fulano ou sicrano"...
No terceiro fator, temos justamente o desvio nevrálgico do médium mesmo. Sendo que, nesse caso, que é a maioria, a criatura tem a mediunidade de irradiação intuitiva e não se conforma com isso. Ele também quer ter "o seu caboclo" visível, sensível e palpável ou para todo "mundo ver".
O que acontece então? Ele poderia receber as irradiações de uma boa entidade protetora, em seu estado normal, assim como que telepaticamente e, pelas intuições projetadas em seu campo mental, ser muito útil, cumprindo a sua parte, mas termina nem se prestando a isso nem à outra coisa.
Assim, digamos logo de vez: quer nas sessões Kardecistas, quer nas de Umbanda, os médiuns que mais dão "mancadas" (desculpem o termo da gíria), embaraçam tudo, confundem tudo e dão mais trabalho são exatamente esses considerados "médiuns conscientes", porque vivem na tola pretensão de "incorporar" entidades que só existem nas suas imaginações... Uns fazem assim pela pura ignorância dos simples, outros por serem sugestionados pelos "seu chefes de terreiro" a isso e ainda outros mais porque, mal orientados desde o principio, criaram tal "cascão" de sugestão anímica que, se lhes for provado que não incorporam nada, ficarão perturbadíssimos, tal o impacto da verdade a que muitos não têm resistido...
Em suma: o denominado médium consciente, ou melhor, o chamado dom de mediunidade consciente não existe como fazendo parte da mecânica de incorporação ou transe. Essa denominação somente pode se aplicada aos médiuns sim, de irradiação intuitiva, que é tão boa e útil quanto às demais. Isto é que é o certo. Quanto ao mais é querer tapar o sol com a peneira.
W.W. Da Matta e Silva – Segredos de Magia de Umbanda e Quimbanda Págs. 50 – 51 – 52 – 53 Edição 1963.
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