A Reencarnação na Umbanda
- Patrick Leitão
- 1 de fev.
- 3 min de leitura

A reencarnação é o ciclo contínuo de nascer, crescer, viver e morrer.
É entender que não deixamos de existir após a morte e que uma consciência invisível que habita nossa carne, alma, não perece quando ela apodrece. Assim, reencarnação é simplesmente a volta do espírito a um novo corpo após a morte do corpo anterior.
A reencarnação é um conceito fácil e sem problemas de entendimento, o que complica ou o que dificulta sua compreensão não é ela, mas o mecanismo que está por trás dela que condiciona o retorno do espírito a um novo corpo: O Carma ou lei de causa e efeito.
Particularmente eu prefiro Carma, pois é um conceito mais abrangente e dinâmico.
Já lei de causa e efeito induz a pessoa a achar que o conceito é unidirecional, ou seja, uma causa, um efeito e as coisas não são bem assim, pois podem existir várias causas e vários efeitos e nem sempre são ruins e nem sempre são bons.
Os conceitos de reencarnação e de Carma vieram de muito longe, tanto na geografia como no tempo: índia há mais ou menos, 6.000 anos atrás. Samsara ou retorno ao mundo material ou reencarnação tem origem nos textos védicos, e nas tradições filosóficas e religiosas da Índia védica, este conceito se espalhou para outras regiões do mundo, bem como para outras tradições religiosas ao longo de 6.000 anos.
Nesses 6.000 anos o que variou de religião para religião, não foi a idéia de retorno do espírito a um novo corpo, mas o mecanismo que condiciona esse retorno que é o Carma. Este sim tem várias interpretações, variações, negações e visões que acabaram moldando essas religiões, suas doutrinas e a forma de seus fieis encararem a vida material e espiritual.
No hinduísmo o Carma constitui as ações realizadas na vida precedente (ações boas e/ou ruins). A existência é um ciclo de nascimento e renascimento, até a libertação definitiva da alma.
Para se extinguir os efeitos do Carma, é preciso um número indefinido de vidas (devido à substancial maldade do homem). É fácil entender, nesse sentido, por que o problema da salvação para os hindus é sempre o de libertar-se da transmigração.
Por isso, sempre se esforçaram para encontrar muitos métodos para alcançar essa libertação, determinando diversas formas de pensamento e de práticas do hinduísmo que deram origem a diversas correntes (ioga, bhakti, tantrismo, etc).
A Umbanda acredita na reencarnação sem diferenciações de outras religiões reencarnacionistas. O Carma na Umbanda também está associado às boas ações e às más, só que sua abrangência está relacionada aos consulentes, aos médiuns e aos guias que incorporam nesses médiuns.
Existe o Carma do médium, como um fato isolado e inerente ao próprio médium; o Carma dos guias, também como um fato isolado e inerente a eles; e existe o Carma relacionado a ambos, em que, tanto os médiuns como os guias partilham esse ou esses Carmas.
Os guias podem e agem dentro do ou dos Carmas dos seus médiuns, de acordo com suas possibilidades, os ajudando e até solucionando os problemas Cármicos e, por sua vez, os médiuns se dão aos guias como meio para que esses guias possam cumprir com seus Carmas na ajuda às pessoas que necessitam.
No caso do Carma dos consulentes, quem atua nele são os guias que esses consulentes consultam. Existe uma manipulação desses Carmas dentro das capacidades da entidade e no que ela pode ou não ajudar ou influenciar. Podemos destacar também outra qualidade da visão Cármica dentro da Umbanda que é a visão de manipulação, alteração e transformação do Carma por parte dos guias e de sua influência.
Alguns exemplos que podemos dar dessa manipulação são os seguintes:
Quando um guia cura uma pessoa de uma doença grave, ele está influenciando no Carma desse indivíduo;
Quando um guia quebra um feitiço ou um trabalho de magia negra em que a pessoa estava alucinada ou louca, ele está manipulando o Carma desse indivíduo;
Quando um guia aproxima amorosamente duas pessoas, ele está influenciando o Carma desses indivíduos;
Quando um guia tira uma pessoa do vício das drogas, esse guia está manipulando o Carma desse indivíduo;
Esses exemplos acima são visíveis, são fatos que ocorrem freqüentemente em vários terreiros de Umbanda espalhados por todo Brasil e que acabam influenciando, direta e indiretamente, o processo de reencarnação, tanto dos assistentes como o dos médiuns que servem de “cavalos” para os guias.
Em relação aos guias de Umbanda, a reencarnação está dividida em guias que não irão mais reencarnar e “trocaram”, digamos assim, esse ciclo pelo trabalho de vir como guias e ajudar as pessoas; e, os guias que ainda fazem parte do ciclo, só que seu trabalho dentro da Umbanda é uma forma de alcançar a iluminação ou a evolução como alguns gostam de dizer, para uma nova existência.
Por André Luiz William Rocha




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